Tem alguns episódios engraçados pois tem crescido comigo à medida que eu tenho aprendido alguma coisa sobre bonsai.
Em Janeiro de 2008, comprei-a porque tinha visto um artigo de uma murta (penso que do Salvatore Liporace) e gostei imenso do trabalho realizado. Além disso, já conhecia a espécie de a ver plantada em jardim e sempre gostei imenso da sua floração e do cheiro das suas folhas.
Não tenho imagens de como estava assim que a comprei, mas quando cheguei a casa, dei-lhe logo uns cortes e transplantei-a para um vaso de barro que tinha disponível. Ficou assim:
Em Fevereiro desse mesmo ano, quis logo meter mãos à obra e fiz-lhe uma modelação fantástica da qual tinha ficado super orgulhoso na altura e publiquei logo o trabalho na altura no fórum bonsai milenar.
O Mário Eusébio fez uma apreciação do meu trabalho muito interessante para a altura e a qual eu lhe agradeço bastante pois ajudou-me a ver as coisas de outro modo e a libertar-me de certos constrangimentos que tinha na abordagem às plantas. De um modo muito resumido, disse-me de forma bastante simpática e educada que o resultado tinha ficado uma bela merda (!!!) e que, dado as murtas rebentarem com muita facilidade, o melhor seria deitar toda a ramificação abaixo e voltar a construir nova ramificação com a rebentação que surgisse.
Depois de passada a desilusão inicial, pensei no que ele me tinha dito e resolvi experimentar seguir o seu conselho. Assim, na actividade de Março do CBA cortei praticamente todos os ramos da planta e só deixei um raminho verde no topo como alguma garantia. Na altura o pessoal do clube chamou-me maluco e vi uns certos olhares que mostravam claramente que pensavam que esta planta ia à vida.
Felizmente recuperou, rebentou bastante bem e em Março de 2009, já depois de uma poda no início do ano, estava assim:
Em 2010, transplantei-o para um vaso mais pequeno e consegui resolver alguns problemas com o nebari que é visível nas primeiras imagens. Cresceu bastante bem ao longo do ano e esta é a imagem de Setembro desse ano:
No início de 2011, resolvi podá-lo pela linha vermelha desta imagem de Janeiro de 2009.
Em Março de 2011, fiz-lhe uma selecção de ramos e uma primeira aramação.
Em 2012, foi transplantada para um vaso bastante mais pequeno. O vaso é chinês e não é de grande qualidade mas tem servido o seu propósito.
Esta é a imagem actual depois de uma poda recente. Pode-se ver que tem evoluído bastante bem e já começa a apresentar uma imagem mais interessante, com o shari que se criou na base após aquela secção ter morrido na sequência da intervenção inicial que fiz ao nível das raízes.
Possivelmente irá ser transplantada para o ano para um novo vaso. Estou indeciso entre um vaso redondo da Erin Potery ou um oval yixing azul que tenho de parte. Penso que está a ficar um shohin engraçado e a folha tem reduzido brutalmente ao longo do tempo. Vamos ver como continua a evoluir.
4 comentários:
Grande evolução!
Este trabalho mostra que com uma boa dose de coragem para recomeçar do zero se pode levar as nossas árvores a um nível completamente diferente :)
Obrigado pelo comentário, Gonçalo.
Realmente, uma das coisas que este projecto me ensinou é que não há que ter medo de deitar tudo abaixo em determinada fase do desenvolvimento se isso nos vai ajudar a ter uma árvore melhor no futuro.
Às vezes ficamos demasiado agarrados a certas ideias iniciais que não nos permitem desenvolver melhor as plantas. E pensamos que cortar radicalmente é atrasar todo o processo, quando se evitarmos mexer na planta é que nos faz atrasar o desenvolvimento da mesma.
O segredo não é em pensar na planta como está ali naquele momento mas sim como irá estar dentro de 5 anos. E aí, muitas das vezes, é preciso fazer opções mais radicais no início de modo a desenvolver melhores plantas mais para a frente.
Buen trabajo
Saludos
Beti
Hola Beti,
Muchas gracias!
Saludos
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